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Cidades Doentes


Por Andréa de Paiva


Segundo dados da OMS de 2017, nos últimos 10 anos houve crescimento de 18% no número de pessoas com depressão no mundo e 15% no número de pessoas com ansiedade [1]. Será que os arquitetos podem ajudar a controlar o crescimento desses problemas?


Nova York
Nova York (Creative Commons CCO)

Em 2014, segundo dados da WHO – World Health Organization – 54% da população mundial já estava morando em cidades [2]. Soma-se a isso a estressante rotina nos grandes centros urbanos que, com suas inúmeras construções de concreto e escassas áreas verdes, dificultam o contato com a natureza. Dessa forma, será que a arquitetura de edifícios e o design das nossas cidades estão contribuindo para o aumento de problemas tais como depressão e ansiedade?


Ja vimos no post anterior (Entendendo a Biofilia) que o cérebro humano foi programado para viver na natureza e ainda não teve tempo evolutivo suficiente para se adaptar à vida nos centros urbanos modernos [3]. Sendo assim, a privação do contato com a natureza, seja pela falta de tempo livre ou pelo difícil acesso a parques e áreas naturais, pode ser um dos fatores que contribuem para o aumento da depressão e ansiedade no mundo, já que cada vez mais cresce o número de habitantes dos centros urbanos.


Falling Water
Falling Water (Wikimedia Commons)

Os estudos de NeuroArquitetura e Biofilia comprovam que só de olhar para uma imagem de natureza por alguns minutos nossas tensões musculares relaxam, a pressão sanguínea baixa, o stress diminui e a capacidade de focar aumenta. Muitos hospitais estão sendo projetados levando em conta a importância do contato com a natureza para a melhora de seus pacientes (veja o artigo A NeuroArquitetura e os Desafios da Arquitetura Hospitalar!) [4]. Como nós, arquitetos e urbanistas, podemos contribuir para a construção de edifícios e cidades mais saudáveis?


Na Idade Média, o desconhecimento e a falta de planejamento fizeram com que as áreas urbanas ficassem conhecidas como “cidades pestilentas”. A partir dos problemas gerados com isso, tais como a peste e a cólera, é que foram buscadas soluções tais como a criação de sistemas de esgoto e de água encanada.


Pode-se dizer que estamos passando por uma revolução semelhante atualmente [5]. Quando finalmente compreendermos que nossos edifícios e cidades da forma como os projetamos hoje são grandes contribuintes para o aumento de problemas como a depressão e ansiedade, finalmente buscaremos soluções mais humanas e conseguiremos melhorar a qualidade de vida nas nossas cidades.


A relação entre NeuroArquitetura e Biofilia é muito ampla e não se esgota no que discutimos aqui. Em breve continuaremos a discutir esse assunto que é fundamental para o planejamento de espaços!


Quer saber mais sobre o tema? Siga a gente no Facebook ou Instagram! =)



Referências:


[3] WILSON, E., KELLERT, S. 1995. "The Biophilia Hypothesis". Nova York: Shearwater Press.

[4] KELLERT, S., HEERWAGEN, J., MADOR M. 2008. "Biophilic Design: The Theory, Science and Practice of Bringing Buildings to Life". Nova York: Wiley.


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